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Campos Neto diz que BC 'tem muita reserva e vai atuar se for necessário' na saída atípica de dólares
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O presidente do BC disse que está ocorrendo uma saída maior de recursos do país por causa do pagamento de dividendos pelas empresas, além de retiradas, também, pelas pessoas físicas, por meio de plataformas.
- Por Camilla Ribeiro
- 20/12/2024 18h39 - Atualizado há 21 horas
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, disse que o câmbio é flutuante no Brasil.
Dessa forma a cotação da moeda norte-americana sobe e desce de acordo com as operações no mercado, mas avaliou também que houve uma saída extraordinária de recursos do país neste fim de ano.
Campos Neto explicou que instituição resolveu intervir com leilões de venda de dólares, como forma de contrabalançar essa saída "atípica" de divisas do país.
Segundo ele, o BC não mudou sua forma de atuar no câmbio, ou seja, continua sem meta para o dólar.
Campos Neto aproveitou também para deixar um recado para o mercado financeiro: disse que o Banco Central "tem muita reserva [internacional, acima de US$ 370 bilhões] e vai atuar [no câmbio] se for necessário".
"Entendemos que começou a ter uma saída maior, atípica, no fim do ano. A parte de dividendos [remessas de empresas ao exterior], você consegue ver que está acima da média. Mas o lucro foi maior também, o que aumenta o fluxo", disse Campos Neto.
De acordo com ele, além das tradicionais retiradas de recursos por empresas do país, que aumentam no fim de cada ano, também está sendo registrado, e monitorado pelo BC, uma saída maior de recursos pelas pessoas físicas, por meio de plataformas de bancos.
"Há saída maior de pessoa físicas, por plataformas, com volumes menores. A gente discute entre a gente e tenta fazer uma intervenção que se contrabalenceie o fluxo que está vendo [de saída]. Geralmente a gente fatia [as intervenções] em alguns dias, o volume [equivalente às retiradas]", completou o presidente do Banco Central.
Campos Neto declarou que o Banco Central vendeu, no mercado à vista, US$ 8 bilhões nesta quinta-feira.
Segundo ele, a demanda foi "muito maior do que o esperado" no leilão inicial do dia, de US$ 3 bilhões. Por isso, a autoridade monetária resolveu fazer um nova intervenção, vendendo adicionais US$ 5 bilhões.
"Estamos mapeando fluxo do dia a dia. O fluxo maior [de saída de recursos] vai até sexta da semana que vem. A gente vai continuar monitorando o fluxo, e com volume muito acima da media, o BC precisa atuar na forma como está atuando. Não tenho como responder o que vai ser feito no futuro", completou o presidente do BC.
Campos Neto reiterou que não ha defesa de preço do dólar por parte do Banco Central, no regime de câmbio flutuante. "Mas há a percepção que, se o BC não atuar, pode haver uma disfuncionalidade de preços [no dólar]. Para isso que existem as reservas", concluiu Campos Neto.